Este artigo foi originalmente publicado na VICE USA.Não é fácil encontrar pessoas com tatuagens na cara, mesmo em Nova Iorque. Ter uma implica muita coisa - podes ser visto como um "freak", podes ser tido como alguém envolvido em cenas obscuras, ou como alguém que esteve preso. No entanto, nem sempre é esse o caso.Apesar da cultura das tatuagens na prisão ser algo bastante real, não é menos verdade que é algo que também existe na comunidade dos tatuadores em geral. No entanto, fazer uma pode ser complicado - há estúdios de tatuagens que exigem que a opção seja muito bem ponderada por quem a quer tomar, ou que a pessoa tenha já alguma tatuagem na cara e há até tatuadores que metem todos os contras em cima da mesa para ver se o cliente recua na intenção. Claro que, se souberes onde procurar, as barreiras também se desfazem muito facilmente.
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Há uma ampla variedade de razões que levam alguém a fazer uma tatuagem na cara, dos clássicos lembretes sobre um determinado modo de vida, aos símbolos representativos da história pessoal, dos ícones culturais, às simples decisões idiotas.Não importa o ímpeto motivacional, tatuar a cara implica uma dedicação profunda a um estilo de vida, uma cultura, uma carreira, ou a uma expressão pessoal que não pode ser revertida de forma fácil e totalmente "limpa". A VICE falou com cinco pessoas com tatuagens faciais para perceber a história por detrás das suas decisões.
Casey
25 Anos
Tatuadora no Estúdio Collar City Tattoo, em
Troy, Nova Iorque
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Lucy
26 Anos
Vive em Brooklyn, Nova Iorque
Vê também: "O rock de ginga na anca dos The Twist Connection"
A par da sua arte por vezes chocantes, as tatuagens são para Lucy uma forma de expressão. Apesar da crescente popularidade da cultura das tatuagens e da sua aceitação na cultura mainstream, Lucy acha que muitas vezes ainda são vistas sob um ponto de vista negativo, pelo que tatuar a cara acaba por ser uma forma de ir contra o que a sociedade espera.Mas, mais importante, para ele é uma forma de encontrar uma espécie de positivismo corporal. Segundo conta, demorou muito tempo até conseguir aceitar o seu próprio corpo, especialmente quando se tratava de o incluir na sua própria arte. Algo que muitos viam como "estranho", mas que ele sempre entendeu como natural e bonito. "Tive que me sentir confortável com a ideia de tirar a roupa à frente de outras pessoas. Permitir-me estar numa situação vulnerável e acrescentar algo que não me era confortável". As suas tatuagens na cara são uma homenagem a esta personalidade que nasceu e que lhe permitiu crescer pessoalmente e atingir um outro nível de satisfação a nível criativo.
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Gavin
24 Anos
Natural de Houston, Texas
Vive em Troy, Nova Iorque
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Eddie
Tatuador no Estúdio Armageddon Ink Gallery
Brooklyn, Nova Iorque
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Luka
29 Anos
Tatuador no Estúdio Ink It Up Tattoo
Bronx, Nova Iorque
A AK-47 debaixo do seu olho direito não tem nada a ver com gangs. É, isso sim, uma demonstração de respeito pela maravilha da engenharia desenhada por Kalashnikov. Como diz Luka: "É uma espécie de metáfora da pessoa que eu procuro ser. Inquebrável".
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Outras tatuagens incluem um tubarão com um chapéu alto e um monóculo - um símbolo de dualidade, diz: "Eu sou uma alma gentil, mas por causa do que me rodeia e da forma como cresci, também tenho este lado de tubarão" -, lábios inspirados nas pinturas de Sylvia Ji, artista conhecida pelos seus trabalhos inspirados no Dia dos Mortos, ou o logotipo do filme 300 (de que Luka aparentemente gostou bastante quando foi lançado).Por vezes ter aquilo que alguns consideram ser uma aparência "anormal", pode resultar em comentários mais desagradáveis. Uma vez, numa estação de comboios um gajo aos gritos chamou-o de diabo, assim do nada. "Foi simplesmente uma atitude mázinha", recorda Luka.Nos últimos anos e com a idade a avançar - faz 30 este mês -, Luka tem levado mais a sério a tatuagem como forma de expressão artística e quer ganhar prémios e participar em cada vez mais convenções e encontros. E embora não seja uma coisa que faça frequentemente, já tatuou na cara de outras pessoas pelo menos uma dúzia de vezes, mas nunca pela primeira vez. No que diz respeito à sua própria cara, para já não planeia fazer mais. Mas acrescenta: "Posso sempre mudar de ideias".Segue o Luka no Instagram.
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