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O movimento #MeToo foi escolhido pela TIME como "Personalidade do Ano 2017"

E o presidente norte-americano, Donald Trump - um homem com o seu próprio historial de alegações de assédio sexual - ficou em segundo lugar.

Este artigo foi originalmente publicado na VICE USA.

A revista TIME magazine acaba de prestar homenagem à pessoas que impulsionaram um movimento que ultrapassou as fronteiras norte-americanas e chegou a todo o Mundo, expondo e punindo comportamentos de assédio sexual, ao nomear o Movimento #MeToo - que a publicação apelidou de "The Silence Breakers" - como "Personalidade do Ano 2017".

O movimento foi escolhido entre uma shortlist de potenciais vencedores em 2017, que incluía ainda os nomes de Kim Jong-un, Colin Kaepernick e Robert Mueller. O presidente norte-americano, Donald Trump - um homem cujo próprio historial de alegações de assédio sexual ainda está sob escrutínio - ficou em segundo lugar, depois de ter feito a capa da revista em 2016.

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O editor chefe da TIME, Edward Felsenthal, fez o anúncio na manhã de quarta-feira, 6 de Dezembro, no TODAY Show, precisamente uma semana depois de o apresentador do programa televisivo, Matt Lauer, ter sido despedido na sequência de uma série de alegações de conduta sexual imprópria.

"É a mais rápida mudança social a que assistimos em décadas e começou com acções individuais de coragem, levadas a cabo por centenas de mulheres - e alguns homens - que deram a cara para contarem as suas histórias enquanto vítimas de assédio e agressões sexuais", justificou Felsenthal.

A imagem de capa do novo número da publicação mostra a antiga engenheira da Uber, Susan Fowler, Ashley Judd e Taylor Swift, entre outras mulheres que vieram a público nos Estados Unidos e contaram os seus casos.

"Estas 'silence breakers' começaram uma revolução de recusa, juntando forças dia após dia e tudo apenas nos últimos dois meses", escreve a TIME no seu site. E acrescenta: "A sua raiva colectiva conseguiu resultados tão imediatos como chocantes: praticamente todos os dias, há CEOs a serem despedidos, personalidades poderosas a serem derrubadas, ícones a caírem em desgraça. Em alguns casos, há até acusações criminais a serem levantadas".

Esta não é a primeira vez que a TIME escolhe um grupo ou um movimento colectivo para "Personalidade do Ano". O título já foi atribuído, por exemplo, aos militares norte-americanos durante a Guerra da Coreia, aos jovens com 25 anos e menos, em 1966, e, em 2006 ao colectivo genérico "You", ao povo, portanto, a par de outros grupos que, no entender da revista, ajudaram a influenciar a cultura popular e o Mundo em uníssono.

"As acções de galvanização levadas a cabo pelas mulheres que estão na nossa capa, a par de centenas de outras e das de muitos homens também, deram origem a uma das mudanças mais rápidas da nossa cultura desde os anos 1960", salienta Felsenthal no comunicadode anúncio da decisão.


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