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Fiz uma Aula Para Aprender a Dominar os Homens Financeiramente

Homens submissos curtem dar dinheiro para uma fêmea dominante, sem nenhuma esperança de sexo.

Seva, minha instrutora da aula de dominação financeira. E um equipamento de BDSM aleatório dela.

Semana passada, fiz uma aula de dominação financeira no centro de Los Angeles, esperando aprender lições preciosas de como me tornar uma pessoa mais capaz. Depois de anos sendo fodida pelo Sistema, era minha vez de foder com ele. A aula aconteceu num lugar chamado Den of Inequity, um clube de BDSM que também realiza oficinas especializadas.

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Dominação financeira, para os não iniciados, é um fetiche em que a pessoa (geralmente homens submissos) dá dinheiro ou presentes para uma fêmea dominante, sem nenhuma esperança de sexo. A simples sensação de ter alguém se aproveitando dele já é suficiente para excitar o macho submisso.

Grande parte das oficinas do Den of Inequity são sobre coisas como “tortura do pênis e do escroto” ou “como usar o chicote”. Mas como sou uma mina pobre com um interesse amador em abusar verbalmente das pessoas, achei que seria uma boa aprender sobre dominação financeira. Eu sempre tenho esses surtos bêbados durante os quais eu insulto homens. Uma noite dessas, eu estava bêbada e mandei uma mensagem de texto pro meu ex dizendo que a gente provavelmente ainda estaria junto se o pinto dele fosse do tamanho do seu ego. Sendo assim, se é possível descolar uns trocos fazendo o que amo, por que não?

A aula estava quase começando e só oito alunas estavam presentes. Para um grupo tão pequeno, a gente variava muito em idade, etnia e nível de experiência. Nossa instrutora, uma mulher chamada Seva, pediu para que nos apresentássemos rapidamente.

As duas outras novatas de oficinas de BDSM presentes não disseram que tinham vindo por causa do 50 Tons de Cinza, mas tive a sensação de que era por isso que elas estavam ali. Surpreendentemente, só uma das garotas estava usando couro. Não sei dizer se ela era uma dominatrix profissional ou só uma daquelas pessoas que acham que tem que se vestir sempre de acordo com a ocasião.

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A mulher mais velha na sala parecia ser a mais experiente. Ela era uma loira de meia-idade bem-humorada, que me contou que sua especialidade atual era “ser mamãe para homens que curtiam infantilismo”. No entanto, um cara tinha comprado um Mercedes para ela recentemente, o que despertou seu interesse por dominação financeira (o que despertaria meu interesse por qualquer coisa, para ser sincera). Outra mina contou que era dominatrix, mas que também estava estudando para ser designer de videogames. Éramos um verdadeiro pot-pourri de sadomasoquistas.

A aula teve três horas de duração. Aqui vão os principais pontos que aprendi durante esse tempo:

ESCRAVOS FINANCEIROS NÃO SÃO AMANTES RICOS

Nossa instrutora, Seva (a moça da foto acima[!!!]) é, segundo ela mesma, considerada uma das principais fin-dommes (dominatrixes financeiras) do mundo. Ela está no ramo há 20 anos. Ela entrou na sala e começou a escrever o que significava ser um escravo financeiro num pequeno quadro-negro. “Submisso / homens que têm fetiche em gastar dinheiro com mulheres dominantes, ou com mulheres no geral, ou dar dinheiro e presentes sem receber nenhum contato sexual em troca.” Ela continuou explicando que isso é diferente de ter um “amante rico”, porque não há troca ou esperança de troca em retorno. Geralmente, não há contato físico de nenhum tipo entre a fin-domme e seu escravo.

Ela disse: “A motivação do escravo é a humilhação de gastar dinheiro com ela… Esse fetiche vem de um sentimento de inadequação, como se ele não fosse do mesmo nível que você de certa maneira”. Geralmente, esses homens aderem à escravidão financeira vinda de outros fetiches que eles já têm. Tipo quando você compra um energético no posto de gasolina e o atendente diz: “Se você levar outro, sai pela metade do preço”.

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A interação de uma fin-domme com seu escravo é mais do que simplesmente pegar a grana dele, isso também inclui zombar dele por telefone ou e-mail. Seja lá o que ele curtir, você vai precisar fazer. Humilhá-lo dizendo que ele tem pinto pequeno, dizer que ele é corno ou mesmo garantir que ele permaneça casto são partes do jogo entre a fin-domme e seu escravo.

ESCRAVOS FINANCEIROS SÃO PESSOAS REAIS COM PROBLEMAS DE VERDADE

Não era permitido tirar fotos durante a aula. Essa é uma selfie que tirei depois da aula com algumas das coisas BDSM da Seva.

Durante a aula, perguntei a Seva se ela podia elaborar melhor sobre o sentimento de inadequação do escravo. Ela deu como exemplo homens gordos ou socialmente inábeis. Talvez homens vindos de famílias poderosas que se sentem incapazes de corresponder às expectativas da família. Ou recém-divorciados.

Ela resumiu que, no subconsciente deles, ser um escravo financeiro é uma solução. Esses homens não querem fazer sexo porque se sentem pequenos. Isso frequentemente se torna um vício. Eles querem se arruinar, querem estar sempre à beira da falência só para satisfazer mulheres que não dão a mínima para eles. Fiquei chocada ao ouvir ela falar isso de maneira tão direta e sem culpa.

Esses não eram os tipos de homens que eu queria destruir. Eu tinha imaginado que todos os escravos financeiros eram homens de negócios bem-sucedidos. Homens realmente escrotos em altas posições de comando. Eu tinha visualizado banqueiros de investimento de cabelo penteado para trás, donos de vários pares de sapatos de couro de cobra e que riam quando expulsavam pessoas pobres de suas casas. Homens que podiam jogar US$10 mil no lixo, como se não fosse nada, e que gostavam de ser cuspidos porque, lá no fundo, sabiam que eram a encarnação do lixo. Eu ia ser muito Robin Hood com isso. Tomando dos ricos e dando para os pobres (ou seja, eu mesma).

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Mais tarde, na aula, Seva fez com que eu me sentisse um pouco mais segura. Ela me lembrou que, seja lá qual for a razão para que esses homens se sintam inadequados, no final das contas, é exatamente isso o que eles querem. Eles sentem prazer — ela explicou — ao sexualizar seu maior medo: ser dominado por mulheres que vão gastar todo seu dinheiro.

É por isso que, como fin-domme (ou princesa, princesa paga, dominatrix monetária… os fetichistas sempre têm um monte de termos para essas coisas), você precisa estabelecer com seu escravo (ou porco, idiota, perdedor, carteira, etc.) que você não precisa do dinheiro dele. Nunca implore pelo dinheiro dele. Exija, mas deixe claro que se ele não der o dinheiro, isso não vai afetar você em nada (minta para ele, basicamente).

NA VERDADE, ESSE É UM TRABALHO DURO

Mais coisas aleatórias de BDSM.

Seva passou um bom tempo falando de todos os presentes que já tinha ganho. Ela disse que a casa dela estava cheia de caixas ainda fechadas (acho que ela quis dizer que as caixas continham presentes, mas talvez ela pedisse para os caras comprarem caixas seladas para ela). Sua carreira chegou num ponto em que ela pode viver só dos seus escravos. Ela também deu uma lista dos melhores sites para anunciar nossos serviços e as várias formas de aceitar pagamento.

Ela não recomendava o PayPal, mas disse que outros sites de pagamento eletrônico, como o GiftRocket.com, eram ótimos. Seva também alertou que esse trabalho parece fácil no papel, mas que não é tão fácil assim. Fora toda a competição entre as dominatrixes, você também precisa ter consciência das ramificações jurídicas. É preciso saber os limites — do que você pode ou não fazer — quando se trata de coisas como chantagem (que muitos homens querem sofrer), acesso a informações do cartão de crédito, etc. Além disso, você tem que se certificar de que seu nome verdadeiro e número de telefone não sejam fáceis de conseguir, já que alguns desses homens podem ser perigosos.

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OS ESCRAVOS TAMBÉM PODEM SE APROVEITAR DE VOCÊ

E mais coisas BDSM.

Na última parte da aula, Seva trouxe um de seus escravos para conversar com a gente. Um verdadeiro porco pagador para podermos observar e examinar.

Ela deu a palavra a ele e pudemos ter uma ideia do que se passava em sua cabeça. Logo de cara, ele citou Nietzsche: “O homem de verdade quer duas coisas: perigo e jogo. Por essa razão ele quer uma mulher, o brinquedo mais perigoso de todos”. Percebi instantaneamente que não ia gostar de mais nada do que ele tivesse a dizer. Ele deu suaperspectiva de como era ser um escravo e falou do tesão que sentia quando uma mulher mandava ele fazer alguma coisa. Ele disse que sua fantasia número um era ser usado como menino de recados por uma mulher, ou até assinar a locação de seu apartamento para uma mulher. Depois ele começou a falar que nós mulheres éramos ótimas em manipular e humilhar. Ser um escravo de uma mulher “apelava a sua vaidade”, ele disse.

Ele enfatizou que a manipulação era uma via de mão dupla. Os homens se fazem de ingênuos tanto quanto as mulheres se fazem de difíceis. Saí da oficina sabendo que nunca vou conseguir me dedicar a esse estilo de vida.

Seva foi uma instrutora maravilhosa. Ela foi honesta, clara e fez a dominação financeira parecer algo atraente. Mas, quando se trata de partir para a prática, isso tem que ser uma coisa que você realmente ama. Esse jogo tem que excitar você tanto quanto excita os caras. Basicamente, não é possível ser uma fin-domme meia-boca, que é como eu sempre costumo fazer as coisas. Só de pensar que devo me cadastrar no GiftRocket já me pareceu muito esforço. Acho que, por enquanto, vou ficar só nos ataques de ódio bêbados por sms no meio da noite, sem benefícios materiais. Esse é um plano muito melhor.

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Siga a Alison no Twitter: @JustAboutGlad

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