Aécio Neves nos Contou que Está de ‘Altíssimo Astral’ e Planeja se ‘Desnudar’

Estivemos hoje na coletiva de imprensa do candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, no bairro do Brooklin, em São Paulo. Cercado de jornalistas, numa sala minúscula, antes de embarcar para Aparecida do Norte, onde participaria de um debate promovido pela CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), o candidato se esforçou para afastar o clima de “já perdeu” que ronda a campanha. Na última pesquisa do Ibope, o tucano aparece em terceiro, com 15% das intenções de voto, atrás de Marina Silva (PSB), que tem 31%, e de Dilma Rousseff, do PT, com 39%.

“Nossa campanha é de altíssimo astral”, disse o candidato, minutos depois de sua equipe ter apresentado aos jornalistas uma nova peça publicitária, ao som de seu estranho funk de campanha, na sala ao lado. “Devemos nos desnudar nessa campanha”, arrematou sorridente.

O candidato está na reta final e espera reverter a desvantagem nos próximos dias, sob risco de impor a seu partido mais uma derrota na disputa pela presidência – a quarta consecutiva. Com ar confiante, disse, em referência a adversária Marina Silva, que “não adianta querer criar um novo personagem às vésperas da eleição”. Ele evitou entretanto ataca-la diretamente.

Aécio prometeu ainda publicar um plano de governo antes do dia da eleição, 5 de outubro, e disse que o texto “não será escrito a lápis”, numa crítica indireta às mudanças no documento de campanha do PSB, depois que Marina sofreu pressão pelo Twitter do pastor Silas Malafaia para mudar itens relativos a casamento gay e criminalização da homofobia.

Em privado, o vice da chapa, Aloysio Nunes Ferreira, confidenciou à VICE a piada de que não participaria do debate promovido pela CNBB em Aparecida do Norte porque era comunista e havia sido excomungado pela Igreja nos anos 70. Foi um pouco engraçado. O repórter e a fotógrafa sorriram com simpatia, na esperança de que Aloysio oferecesse em retribuição um bombom Sonho de Valsa que estava num pote de plástico, ao lado, mas o candidato não percebeu.