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Como este cara sobreviveu por 58 horas sem comida numa caverna

O calouro da Universidade de Indiana ficou para trás num passeio do clube de espeleologia da escola.

Esta notícia foi originalmente publicada na VICE US .

Uma viagem do clube de espeleologia da Universidade de Indiana, nos EUA, virou um pesadelo de 58 horas para um calouro de 19 anos, depois que ele se perdeu de seu grupo e ficou preso numa caverna sem comida ou água, segundo noticiou o New York Times.

Lucas Cavar era um dos 12 alunos e membros da equipe da escola explorando a caverna particular Sullivan, no sul de Indiana no começo deste mês. O grupo se dividiu em dois enquanto se aventurava no enorme sistema de cavernas. Quando Cavar decidiu que não estava interessado numa seção da caverna apelidada de "Backbreaker", ele se afastou do grupo para encontrar o outro, mas nunca chegou até eles.

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Cavar se viu perdido por entre 16 quilômetros de passagens subterrâneas e, quando finalmente chegou à entrada da caverna, graças a setas desenhadas nas paredes, descobriu que seu clube já tinha partido — e trancado o portão da caverna com ele dentro.

"Eu estava quase na superfície, mas ainda dentro da caverna", disse Cavar ao jornal da universidade, o Indiana Daily Student.

Segundo Daily Student, Cavar ficou trancado dentro da caverna apenas com uma sacola plástica, duas garrafas vazias de água, duas embalagens de barra de proteína e um capacete com lâmpada. Ele também estava com seu celular, mas a caverna era muito profunda para pegar um sinal.

"Fiquei muito confuso e bastante assustado", disse ele ao Daily Student. "Levei um tempo para lidar com as minhas emoções e começar a abordar as coisas analiticamente, para pensar num plano para sobreviver."

Ele vasculhou a caverna, encontrando um clipe de papel, e passou horas tentando usá-lo para abrir a fechadura do portão e sair. Quando o sol começou a se pôr e o portão continuava trancado, ele decidiu poupar suas energias. Ele tentou fazer sinal para alguém de fora com a lanterna do capacete na boca da caverna, e passou oito horas gritando por socorro. Mas ninguém veio.

Do domingo, 17 de setembro, até o final da noite de terça-feira, Cavar ficou trancado sozinho na caverna escura. Ele teria lambido orvalho das paredes de pedra e coletado sua urina nas garrafas de água. Faminto, ele também lambeu as embalagens de barras de proteína e pensou em pegar e comer os grilos que viu dentro da caverna. Ele escreveu bilhetes para os entes queridos em seu celular com a bateria acabando, caso não sobrevivesse.

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"Eu queria vê-los de novo, então pensei em tentar sobreviver até alguém me encontrar", lembra ele. "Alguém ia acabar tropeçando em mim de novo, certo?"

Os pais deram queixa do desaparecimento de Cavar na terça, e, mais tarde naquela noite, os líderes do clube de espeleologia retornaram à caverna para procurar por ele. Eles encontraram Cavar no outro lado do portão trancado, faminto e exausto, mas vivo.

"O cara que me trancou na caverna, que fisicamente virou a chave na fechadura", disse Cavar, "foi o mesmo cara que destrancou o portão e me tirou de lá, três dias e três noites depois".

Cavar não teve ferimentos graves e estava em relativo bom estado quando foi resgatado, até lembrando de tirar seu cocô da caverna como foi ensinado nas aulas de espeleologia. Ele disse ao Daily Student que os líderes do clube pediram muitas desculpas por, bom, quase deixar ele morrer dentro de uma caverna.

"Temos uma série de protocolos rigorosos que deveriam evitar uma situação assim, mas eles só são eficazes quando seguidos à risca", o clube de espeleologia escreveu numa declaração publicada pelo Daily Student. "[O incidente] foi uma falha da nossa liderança em seguir todos esses procedimentos de segurança."

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