FYI.

This story is over 5 years old.

Música

Discos: The Brackish

Uma sapatada na pretensão habitual do pós-rock.

Big Guys

Lava Thief

Num mundo, que sofre um bocado com a quantidade de bandas que querem ser os Mogwai, há que deixar algum entusiasmo de parte para quem pega no rock instrumental, com vontade de se divertir e nem tanto de explorar as suas facetas mais cerebrais e matemáticas. O pós-rock tornou-se aliás num género tão boçal e nerdy (lembro-me por exemplo dos Collapse Under the Empire), que o mais natural, durante os últimos dez anos, era ouvirmos discos inteiros dessa escola sem sentir tesão por um breve momento que fosse. Mas aos Brackish basta a capa deste disco de estreia,

Publicidade

Big Guys,

 para dar uma sapatada na pretensão habitual do pós-rock e deixar-nos com um sorriso de velhinho que acabou de receber mil euros num programa da manhã.

A filosofia que orienta estas nove faixas dos britânicos é simples: joguemos à bola, com duas guitarras em diálogo no ataque, mesmo que toda a gente perceba quase de imediato onde fomos buscar este futebol. E é assim que os Brackish invocam os Black Sabbath para “Chess Song” (tributo quase tão descarado quanto “Arabella”, dos Arctic Monkeys) ou The Ventures para a desbunda surf-rock de “Surf’s Down”. O resultado não prima por ser original, mas também ninguém sai daqui enganado:

Big Guys

diverte tanto como qualquer coisa dos Advantage (nostálgicos crónicos da Nintendo) ou Man or Astro-Man (profundos conhecedores do cinema de ficção-científica). Nem tudo tem de ser um tratado artístico ou candidato a disco do ano.