A Coletiva com Dilma Rousseff foi Chata Pra Cacete

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A Coletiva com Dilma Rousseff foi Chata Pra Cacete

O nosso detector de pentelhice quase quebrou enquanto acompanhamos a coletiva tediosa da presidenta em São Paulo.

No mês de setembro, demos uma chance a cada um dos três candidatos que lideram a corrida presidencial para que eles mostrassem à VICE seu melhor.

Nossa brincadeira boba consistia em comparecer à primeira coletiva de imprensa que ocorresse em São Paulo de cada um dos três candidatos: Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), nessa ordem. Simplesmente ouvimos as coletivas, fizemos perguntas, sacamos o clima e vimos de que forma a imagem que temos de cada um deles correspondia à realidade.

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A primeira foi em 16 de setembro, com o tucano Aécio. Já havíamos falado tangencialmente dele em janeiro. Agora, nos chamou a atenção o fato de o candidato sorrir o tempo todo e dizer, na coletiva, que estava "de altíssimo astral", prometendo se "desnudar na campanha". A brincadeira se fez sozinha, com a imagem dele excitadíssimo enquanto despencava nas pesquisas.

A segunda foi Marina Silva. A ex-ministra do Meio Ambiente, ambientalista, seringueira, amiga do Chico Mendes, porta-voz dos povos da floresta, se apresentou sorrindo como "a pororoca do Brasil". Foi legal porque, para nós, representava bem a imagem que a candidata quer passar, de gostar de se ver como a síntese dos opostos (PSDB e PT), como no choque das águas da metáfora usada por ela.

Por fim, Dilma. O detector de pentelhice quase quebrou enquanto ela falava ontem no bar do Hotel Renaissance, em São Paulo, com um piano de cauda e um divã desarrumado ao fundo, cercada de espelhos cafonas, num cenário mal ajambrado que mais combinaria com o de um candidato nanico.

Sabíamos que Dilma, por ser presidente, soaria mais previsível, formal e controlada que seus oponentes. Nas coletivas, ela sempre escolhe um tema sobre o qual quer falar aos jornalistas. Posta-se diante das câmeras, seleciona uns cartões e começa a recitar sozinha, sem parar, lendo informações previamente preparadas por seus assessores. Ontem, o tema escolhido foi o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Sente: "Boa tarde. Bom, hoje eu queria falar com vocês sobre uma coisa muito interessante, que é a contribuição do BNDES para o desenvolvimento do nosso país" - e tome número, percentuais e siglas.

No fim, diz: "Vou responder a uma pergunta apenas". Plaw!, alguém pergunta (sobre o BNDES), ela responde curtinho e sai andando. Acabou. Em seguida, a presidente partiu de helicóptero para o "comício da vitória em Campo Limpo".